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sábado, 16 de novembro de 2019

O VÍCIO dos Servidores Públicos: EMPRÉSTIMO CONSIGNADO





Olá pessoal!!!! Hoje vou adentrar uma área bastante rotineira dos servidores públicos: empréstimo consignado. Como todos que me acompanham sabem, mudei de departamento e agora estou vendo de perto a folha de pagamento de cada servidor. O que me assustou foi perceber que mais de 80% dos servidores tem empréstimos consignados.

Teve servidor que não tinha reserva de emergência, a esposa estava perto de dar a luz e o que ele fez para bancar hospital, parto e tudo mais?? Pegou 5k emprestados (96 x em 108 reais). O servidor deve tirar uns 3,5k líquido e possui mais de 4 empréstimos!!!

Há casos de servidores que ganham 15mil líquidos, porém vi caso de uns 5 servidores que tinham mais de 7 empréstimos consignados!!! Isso mesmo!!!! No final pegavam líquido 6 a 7mil. Sei que tem um limite de 35%, porém em muitos casos os bancos não respeitam este limite.

Um colega meu comissionado entrou no governo em 2010 ganhando uma quantia boa. Já entrou financiando carro de 60k na época e hoje está todo enrolado devendo mais de 15 mil em IPVA´S atrasados e multas. 

Com a reforma administrativa saindo do forno, a tendência é só apertar pro lado dos funças. Vejo isto dentro da repartição que trabalho. Muitos acreditando em previdência pública, não poupam e nem investem. 

Acredito plenamente que a classe que deveria mais se preocupar seria dos servidores públicos. Concursos em escassez, cursinhos preparatórios fechando as portas, quem que vai bancar os funças na 3º idade caso não haja reposição dos mesmos para bancar a piramide? Não consigo entender a tranquilidade deles acreditando na tal ESTABILIDADE. 



Vejam alguns casos na internet: 

"A agonia de não ter dinheiro no fim do mês é vivida por uma servidora de 37 anos. Ela vive um misto de desespero e vergonha devido a situação e, por isso, pediu para não ser identificada. Funcionária há 12 anos da Secretaria de Saúde, boa parte desse tempo com dois empregos, ela não sabe o que é contar com mais que R$ 2 mil do salário líquido de cada mês. Cerca de 30% vão para o pagamento dos empréstimos consignados, outra parcela para descontos feitos direto na conta e para sustentar as duas filhas – uma de dois anos e outra de 13 – ela só conta com o restante.
A servidora nem sabe dizer o número de empréstimos que já pegou, porque toda vez que tem oportunidade de receber crédito pega mais um pouco. Apenas no Banco de Brasília (BRB), onde recebe o salário, tem R$ 150 mil em dívidas. Ainda existem débitos em outros três bancos com dívidas de R$ 20 mil, de R$ 6 mil e de R$ 4 mil.
Tudo começou com o primeiro empréstimo, em 2012, quando ela começou a pegar dinheiro emprestado para resolver uma coisa ou outra. Depois, vieram gastos com os filhos, com a saúde e, por fim, tudo virou uma bola de neve. Ela chora ao pensar em tudo que deve, sem ter um horizonte de alívio. “Eu trabalho tanto, mas cheguei a um ponto em que o meu dinheiro não rende para nada. Não tenho mais saúde, nem dinheiro”, afirma a senhora que, apesar de tudo, acredita que vai mudar de vida."

"O funcionário da Secretaria da Fazenda do DF Ronildo Alves, 47 anos, é um exemplo típico do drama do endividamento. Ele recebe R$ 7,8 mil por mês, em valores brutos. Em 2014, depois de se atolar em contas de cartão de crédito e pagamentos de impostos, fez dois empréstimos no Banco de Brasília (BRB), no total de R$ 40 mil, na tentativa de pagar juros mais baixos e, assim, se livrar aos poucos dos débitos. “Não resolveu nada. Continuei no vermelho e em janeiro passado renegociei um dos empréstimos. Agora R$ 3,8 mil saem direto do meu salário para o banco: R$ 1,8 mil são descontados no meu contracheque e o restante, da conta-corrente”, disse.

Alves conta que, para prevenir novos descontroles, eliminou dois cartões de crédito. Mantém só um, com limite baixo. “O máximo de gastos é de R$ 700, para não eu não me endividar muito”, revelou. A saga de Ronildo não acabou aí. O carro quebrou no mês passado e ele pediu ao banco para antecipar as férias e o 13º salário. “Fiz um financiamento de R$ 35 mil para comprar um carro 2010 que, no fim, sairá por R$ 57 mil. Mas automóvel em Brasília é necessidade, não é luxo, com o transporte público que nós temos”, justificou."
"O servidor Nelson Vilasboas, de 41, tem renda de R$ 10,5 mil e pagará R$ 4,4 mil em 45 prestações, por dois empréstimos. “Isso aconteceu por falta de controle no cartão de crédito, além de problemas de saúde na família. Sem contar o aumento de preços em todos os produtos, muito além do que aparece nos índices oficiais de inflação”, explicou.

Descontrole no cartão de crédito também foi o motivo que levou Orlando Silva, 41 anos, salário de R$ 3 mil, a recorrer ao consignado em 2012. “Eu tinha uma dívida de R$ 3 mil no cartão que rapidamente se transformou em R$ 6,5 mil. Tomei emprestados R$ 10 mil e em 2014 refinanciei, porque não estava dando conta de pagar”, lamentou."
Imagino daqui uns 5 a 10 anos como estará a situação de grande parte dos funcionários públicos do Brasil, principalmente aqueles que  acreditam na estabilidade e com isso não se importam em poupar, investir e construir um portfólio sem depender de governo. E aqueles que não buscam novas habilidades e fontes de renda extra? Será que não perceberam as reformas que estarão por vir? Alíquotas previdenciárias chegando a mais de 20% descontando do vencimento. Não quero pagar para ver. Abraço do Gari.


43 comentários:

  1. Credo, não sabia dessa taxa altíssima de servidores com
    crédito consignado. Graças a Deus faço parte da minoria. Quero muito que seja aprovado a matéria de educação financeira como obrigatória nos colégios, como isso faz falta!

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    1. No orgao que trabalho é uma festa. Muitos acreditando em governo safado ainda por cima.

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  2. nunca usei
    nunca precisei
    e hoje, com minha carteira, aguentaria um bom tempo, ainda que esteja longe da if
    por outro lado, isso se dá pela falta de educação financeira

    abs!

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    1. Não vejo isso como falta de educação financeira, acho que falta de educação financeira é só uma desculpa mais "bonitinha" pra esses comportamentos.

      Muita gente está nessas situações porque QUER. Essas pessoas SABEM os riscos que correm, mas a vontade ou em alguns casos a necessidade de se gastar com algo leva a isso.

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    2. Anon,

      sem educação (que engloba conhecimento e absorção de hábitos eficientes)as pessoas comem errado, gastam errado e tomam mais decisões ruins

      ainda existem casos patológicos de compulsão de comprar...

      isso é o preço da ignorância, ninguém normalmente quer ser um bosta falido e a maioria nunca entendeu realmente que havia outra opção: A IF é o paraíso da educação financeira, mas alguém que nunca estudou religião nunca entenderia essa analogia

      sem educação não temos capacidade de entender o que ocorre a nossa volta e conosco

      abs e já te convido a comentar no meu blog!

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    3. Respeito seu ponto de vista, mas principalmente com relação a dinheiro penso um pouco diferente.

      O conceito básico para não se foder no mundo do dinheiro é: Gastar menos que ganha.
      Esse conceito é mais elementar. É difícil entender isso? Creio que não.
      Você acha que essas pessoas que ganham 5, 7, 10K não sabem disso?
      Não creio que essas pessoas sejam ignorantes a ponto de não terem noção de simples conceito que é óbvio.

      Porque tantas pessoas tiverma vidas financeiras saudáveis, mesmo sendo semi analfabetos, terem frequentado pouco o ensino formal e não tinhem acesso a internet ou livros especializados?
      Simples, são pessoas que no mínimo faziam esse básico, sabiam de seus limites e em regra não viviam para tentar impressionar os outros.

      Quando uma pessoa se enrola financeiramente pra poder bancar uma moradia ou lavancar dinheiro para um negócio, eu compreendo, muitas vezes essas pessoas precisam de um lugar pra morar ou não aguentam mais o emprego que tem, motivados por isso acabam entrando em financiamentos, pedindo empréstimos etc.
      Nem sempre é o melhor caminho, mas entendo a motivação, quando se ganha ouco ou se tem pouco patrimônio não há muitas opções.

      Mas tem muita gente que quer simplesmente viver numa realidade maior do que pode, ostentar etc, com carros, viagens etc etc.
      Aí é questão de escolha e personalidade, tem pessoas que tem EGO gigante, querem ser o centro das atenções "custe o que custar", o resultado já sabemos...

      Isso não é ignorância ou falta de educação financeira. É vaidade, egocentrismo, querer se sentir incluso etc etc. E paga-se um preço por isso.

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    4. anon, saber todo mundo sabe quase tudo...

      viver de acordo com esse conhecimento é que são elas

      educação é mais que conhecimento, é disciplina, é prática, é vivência

      "É vaidade, egocentrismo, querer se sentir incluso etc etc. E paga-se um preço por isso." - isso é o que a falta de educação, ou melhor, conhecimento vivo produz

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    5. Se há pessoas que querem se endividar não há o que fazer. É opção, elas tem a liberdade de escolher.
      Enfim, não vou ficar discutindo porque temos visões diferentes. Pra mim o problema não é falta de educação financeira, o conhecimento as pessoas tem, se não querem usar é livre arbítrio de cada um.

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    6. Isso é verdade. O livre arbítrio está aí para isso. O chato é aguentar reclamações e soluços de servidores devedores. Abraço

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Sou servidor público e conheço pessoas que o contracheque passa de uma página só de empréstimo. Realmente lastimável. É a realidade de todos. Ter salário certo e alto nem sempre é sinônimo de prosperidade financeira, eis que a capacidade de endividamento é proporcional.

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  5. ótima postagem. Na minha repartição convivo com isso. Maioria possui empréstimo consignado fruto do descontrole em cartão, viagens e etc.

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    1. Grande maioria defende com unhas e dentes a tal estabilidade esquecendo de possíveis consequencias graves.

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  6. Gari, essa é a realidade que nós, funcionários públicos, conhecemos de perto. Quando comento no local de trabalho que não tenho empréstimo, meus colegas me olham como se eu fosse um ET. Sei que alguns se envolveram nisso por necessidade, mas a realidade é que a grande maioria pegou o empréstimo só porque estava disponível. Acreditam que a estabilidade é absoluta, que será assim para o resto da vida. Alguns confiam tanto nessa estabilidade que não querem sequer trabalhar direito. Sinceramente, de alguns não tenho um pingo de dó. Pois sabem sim a realidade e os tempos que teremos que enfrentar, mas não estão nem aí.

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    1. Muitos não aproveitam as oportunidades que estão ae. Mal sabem que a inflação, o congelamento de salário estão sempre na espreita.

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  7. Rapaz, já ouvi falar de um caso bem pior, de uma moça que ganhava mais de 10k por conta daquela boquinha que algumas filhas de militares recebem, a mulher tem mais de 50 anos, mas mora de aluguel e é atolada em dividas, pq o dinheiro que recebe pra não fazer nada vai pelo ralo td mes por conta de empréstimos, como esse pessoal consegue chegar numa situação tão degradante, mesmo ganhando muito bem, é um mistério para mim e eu tenho dificuldades em ter pena.

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    1. Total irresponsabilidade.. A pessoa nunca ralou, nunca se esforçou e mal sabe o valor das coisas e fica nisso.

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  8. Fora esse endividamento de servidores públicos, já vi artigos que a depressão em servidores tem um índice muito grande, maior do que quem trabalha em iniciativa privada.

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  9. Fala Gari!

    Caraca, é muito empréstimo... E o pior que alguns ali ganham muito bem. No meu 'auge' em 2015 eu tive 3 empréstimos, e já achava muito.

    Abraços e sucesso!

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    1. cheguei a ter um emprestimo e me dava agonia. Graças a Deus que tem uns 4 anos que não tenho empréstimos.

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  10. Olá, Gari.

    O pessoal daqui de Brasília gostam muito de ostentar. Nesse caso se atolam em dívidas para manter seu padrão de vida. Principalmente os servidores públicos.

    Abraços!

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    1. Fico imaginando se passar a reforma adm federal colocando salário inicial dos novos que entrarem no executivo em 5000. Será que vão conseguir morar na capital facilmente? Abraço

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  11. Este comentário foi removido pelo autor.

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  12. Fala Gari tudo bem?
    Ver pessoas que tem altos salários para o padrão brasileiro se endividarem assim é foda, esse pessoal não tem desculpa de não possuir "educação financeira". Como tem o salário garantido compra muita coisa no impulso e faz esses empréstimos. O jeito é continuar sendo acionista dos bancos e receber pelo menos os dividendos rs. abçs

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    1. kkkk pois é. Pior que nenhum é acionista. Aqui aonde trabalho ninguem é. No máximo tem algum dinheiro em algum CDB. Abraço

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  13. Sei que é errado e não me orgulho. Mas quando leio esse Tipo de coisa dou gargalhadas e me sinto bem.
    Primeiro, pois a maioria contraiu empréstimos para comprar coisas e tacar na minha cara.
    Segundo que após as coisas acabarem, a dívida fica e eu sigo evoluindo comprando o mesmo à vista e aportando mensalmente.

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    1. Somos raras exceções a respeito disso. Temos sorte de ter acordado para a vida antes. Abraço

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  14. Consignado no serviço público é uma história muito triste. O pior foi ver isso ocorrer dentro da família, com avós pendurados em dívidas que não conseguem pagar. Na prática, parece não haver limite para consignado - o tal 30% - e não há um pingo de educação financeira na maioria dos servidores.

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    1. Acredito que a tendencia é sempre piorar!! Endividamento das famílias só aumentando cada dia mais.

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  15. Já estive nesse cenário, devendo a diversos bancos e cartões. Sempre pegava consignados para quitar o cheque especial de um banco, e os cartões de crédito de faturas enormes. Por um tempo eu fiquei pagando um cartão com o outro. Ao menos juntei algumas milhas hehe depois de 5 longos anos presos aos consignados, consegui me libertar, graças a Deus. Hoje não tenho nenhum, o salário entra todo limpo no contracheque. E também vi a necessidade de ter uma renda extra, que graças a Deus estou colocando em prática, como venho postando no blog

    Abraços Gari

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    1. Acompanho seu blog e vi parte dessa trajetória!! Parabens mestre!!! Isso só nos escraviza mais e mais.

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  16. Tenho pouco a adicionar, você simplesmente descreveu o que vi muitos ex colegas de trabalho fazerem e alguns familiares meus fazem. E eu como ex-funcionário (não servidor) público cheguei até a pensar (mesmo que sempre tive e agi com cabeça poupadora - pagamento a vista, etc) em fazer quando tinha acabado de entrar em uma empresa pública... Digo que cheguei a ficar triste de ver a situação das pessoas que entram nesse tornado de dívida e nunca mais (ou a duras penas) saem. Trabalhavamos com números e mesmo assim colegas meus faziam essas loucuras de 72, 84, 96x (e tem um que nem necessidade era - como o cara da mulher grávida)... triste.

    K.T.

    thekronostrader.blogspot.com

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    1. É muita loucura entrar numa latada dessa em 72, 84 , 96x. Financiamentos que não se acabam mais.

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  17. Olá Gari, o mais incrível são os cargos em comissão, CCs, que nem estabilidade tem, mas a primeira coisa que fazem quando conseguem um cargo é fazer um empréstimo consignado, pra aproveitar os "juros baixos", já vi várias vezes isso acontecer. Se olhar os portais de transparência do seu município dá pra ter uma ideia, se o líquido do cara for muito menor do que o bruto é certo que tem empréstimo descontado em folha.

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  18. Concordo.. É muita facilidade!!!!! Até para aposentados. Na porta do INSS daqui já ficam os parasitas a espreita pra fisgar algum idosos a fazer empréstimo.

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  19. Tem muitos assim, inclusive tem um aqui que eh cargo comissionado, ganha uns 2k líquido. A esposa era comissionada e foi mandada embora, parece que agora o próximo é ele. Isso que o mesmo fez um empréstimo consignado em 48x.

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  20. Galera acha que só pq ganha tem que gastar. Mas são casos e casos, aqui no RJ teve uma galera q se afundou em dívida pq o estado ficou alguns bons meses sem pagar.. os que tinham algo torraram e os q não tinham foram nessa ai. Triste

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    1. O foda é que ninguém sabe se isso pode acontecer no futuro, vai que daqui 10 anos acontece algo e todo mundo fica sem receber? Ninguém consegue prever crises, por isso são crises.

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  21. Estabilidade é ilusão, é só ler Taleb. Depender do governo é furada! Temos que ser adaptáveis, desenvolver alguma habilidade e com ela gerar renda.

    Maschoslê

    Meu macho interno saúda o seu macho.

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    1. O Brasil está passando por mudanças profundas, pessoal que acha que tem estabilidade por ser funcionário público vai tomar um susto, só olhar a onda de privatizações, e agora até mesmo municípios pequenos que não tem a mínima condição de se sustentar correm o risco de serem extintos.

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